Por seforutil.com | Publicado em 21 de novembro de 2025

Ginecologistas desmistificam 5 crenças populares sobre vaginas. Aprenda a cuidar da sua saúde íntima com informações precisas e confiáveis.
Visão geral
Mito 1
Vaginas e vulvas devem ter uma determinada aparência
Vaginas e vulvas saudáveis apresentam diversos formatos e tamanhos. Isso é especialmente verdadeiro para os lábios internos e externos da vulva, que podem variar em formato, comprimento e pigmentação, explica Alyssa Dweck, médica ginecologista em Nova York e autora de "The Complete A to Z for Your V." Em muitos casos, os lábios são assimétricos, explica ela. A vagina e a vulva também podem sofrer alterações ao longo do tempo: mudanças hormonais podem afetar a pigmentação da vulva, e o parto pode alterar o tamanho da abertura vaginal, diz a Dra. Dweck. Conclusão: cada vagina é única e, a menos que as diferenças estejam causando problemas como dor durante a relação sexual, você não precisa se preocupar se a sua tem a aparência "certa".
Mito 2
O sexo dilata a vagina permanentemente
Não é possível, afirma Sherry Ross, médica ginecologista e autora de "She-ology" e "She-ology: The She-Quel". Isso porque o tecido vaginal é muito elástico e, embora os músculos vaginais relaxem durante a excitação e a penetração, ambos voltam a contrair quando não são usados regularmente. Fatores que podem afetar a elasticidade da vagina incluem: idade, menopausa e parto. A menopausa pode causar o afinamento do tecido, por exemplo, e "a vagina, em toda a sua elasticidade, só consegue se esticar até certo ponto durante o parto", explica a Dra. Ross. Após múltiplos partos vaginais, ela pode não ser tão firme.
Mito 3
Você precisa de produtos especiais para limpar a vulva e a vagina
Sabonete neutro e água são suficientes para limpar a vulva (genitais externos), e “limpar a parte interna da vagina é desnecessário”, diz a Dra. Dweck. Aliás, esses produtos podem ser prejudiciais: duchas vaginais ou a lavagem com produtos, ou lenços íntimos agressivos podem desequilibrar a microbiota vaginal natural, causando infecções, coceira, corrimento anormal e (ironicamente) mau cheiro.
Um estudo revelou que mulheres que usaram ducha vaginal nos seis meses anteriores tinham sete vezes mais chances de relatar vaginose bacteriana (VB), e aquelas que usaram lenços umedecidos íntimos apresentaram quase o dobro de chances de relatar infecção do trato urinário. Em resumo: a vagina possui mecanismos incríveis para manter seu pH ácido normal e um ambiente saudável. Um equilíbrio cuidadoso de fungos, bactérias e outros microrganismos “minimiza o risco de infecção, mau cheiro e corrimento anormal”, explica a Dra. Dweck.
Mito 4
A vagina não deve ter cheiro
Toda vagina tem um odor natural, que pode variar de dia para dia e de mês para mês devido a alterações hormonais, menstruação e hábitos de higiene e estilo de vida em geral, afirma a Dra. Dweck. Seu odor normal não é um problema e não é necessário "refrescá-la" além do banho. Dito isso, alguns odores não são normais e podem ser sinais de um problema de saúde. "Infecção por vaginose bacteriana e o uso de absorvente interno retido são causas comuns", diz a Dra. Dweck. Odor pútrido, de peixe ou atípico que piora ou é acompanhado por corrimento anormal, sangue ou dor deve ser avaliado por um profissional de saúde.
Mito 5
A forma como você depila seus pelos pubianos é apenas uma escolha estética
Não exatamente. Os pelos pubianos mantêm a vulva aquecida e retêm bactérias nocivas antes que elas entrem e causem problemas. Mas, se você optar pela depilação, cada opção tem prós e contras. Aparar é a opção mais segura (faça isso em pé para poder ver onde está aparando), pois assim você evita cortar rente à pele, reduzindo o risco de cortes e infecções, esclarece o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas. Depilar com lâmina é rápido e fácil, mas 83% das lesões causadas pela depilação pubiana, como lacerações, que exigem atendimento de emergência, são provocadas por lâminas de barbear (ai!). A depilação com cera tem menos probabilidade de causar pelos encravados, acrescenta a Dra. Ross, mas maior probabilidade de causar infecção ao redor do folículo piloso. A depilação a laser retarda o crescimento, mas tem maior probabilidade de causar irritação e, como pode levar à descoloração, funciona melhor em pessoas com certos tipos de pele e cabelo, diz a Dra. Ross. Portanto, proceda com cautela e lembre-se: você não precisa se depilar.
Fonte: Prevention.
